Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Aqui vai uma sugestão de escrita para você: Escreva sobre a primeira vez que fez algo. Esse pode ser um tema motivador para fluir a sua escrita autêntica!
Para te inspirar, compartilho o que escrevi na primeira vez que corri na praia.
Bem… eu moro próximo ao mar, caminho diariamente na praia, mas nunca, nunquinha havia corrido na orla.
Há algum tempo venho buscando desconstruir uma crença limitante de que meu corpo é frágil e que não sou forte.
Fui uma criança mais intelectual e artística, e me achava um desastre na educação física. Adquiri uma espécie de trauma por atividades físicas, pois como eu era muito desengonçada e jogava muito mal esportes, eu nunca era escolhida nos times, e um sentimento de rejeição me corroía por dentro pois me sentia inadequada e excluída nas atividades físicas e esportivas.
Tive asma, bronquite, sinusite e rinite, além de um combo de alergias e pneumonias esporádicas. Em algum lugar das minhas células, eu me ressentia por não ter fôlego, por não ter ar, e por, de alguma forma, achar muito difícil respirar. Certa vez um médico disse para eu evitar exercícios físicos mais extenuantes, e eu segui a risca aquele conselho desavisado.
Por isso, nunca corri.
Isso me acarretou uma crença destrutiva: sou fraca, não tenho força, não tenho energia, não posso exigir demais do meu corpo, não vou dar conta, é demais pra mim, é muito pesado, não consigo respirar, estou sem ar, estou cansada. (…)
Esse é o contexto resumido para você entender, porque eu nunca corri. Tentei, é verdade, mas ao primeiro palpitar do coração, me assustei, e sai correndo, não com o corpo, mas com a alma.
Nessa estrada da vida, já senti na pele uma série de somatizações desconfortáveis e quanto mais eu me ressentia do meu corpo, mais ele me apertava, para lembrar que existimos.
Sentia-me numa prisão, pois de alguma forma, percebia uma limitação física diante da imensidão criativa da minha alma.
O ‘caminho de volta’ tem sido um processo, e feito mosaico de cura, foi e é construído pecinha por pecinha. Teve terapia, constelação, homeopatia, ayurveda, aromaterapia, thetahealing, bodytalk, yoga, meditação, dança, arteterapia e muita escrita terapêutica.
E assim, passinho por passinho aprendo a ficar em paz com o corpo.
Certo dia, fui para a minha habitual caminhada matinal.
Caminhando na praia, como de costume, passeando e contemplando o mar.
Sabe… Eu sempre reparo as pessoas correndo e confesso que sentia um pouquinho de inveja. Nossa, que lindo, eles correndo, mas eu jamais poderei. Eu não tenho fôlego, eu não sei correr, sou muito desengonçada, vou tropeçar, cair, escorregar, me atrapalhar toda, seria um desastre… Não, não, correr não é pra mim. Vou apenas admirar os que correm. E fim.
…
E começo!!!
Sem tropeço, senti: Mas… espera, e por que não? Quem disse que eu não posso correr? Eu
Quem diz que eu posso? Eu
E assim, foi dada a largada.
Feito carruagem de fogo, quebrei uma barreia mental com o meu corpo.
Atravessei meus próprios paradigmas limitantes e voei.
Corri tão leve, que me senti voando.
A cada impacto dos pés no chão, eu ganhava um novo impulso, que me colocava para frente. A cada trote, ia deixando o passado pra trás, ia me despedindo de um velho eu, que me impulsionava para o novo.
Escutei fogos de artifício, como se cada movimento fosse a chegada, a conquista.
Eu estava me vencendo, de mim mesma, e me superando, e me amando, e me conhecendo, e me permitindo… me admirando!
Depois da breve corrida, continuei caminhando, toda orgulhosa do meu feito. Senti uma ponta de vergonha, mas afinal, não tinha ninguém me olhando, além de mim e Deus. Como quem fecha os olhos pra dançar melhor, e sem me preocupar, alternei caminhadas contemplativas com corridas intensas. E criei um próprio passo de dança com minha mulher e minha criança.
A criança assustada e temerosa de cor de rosa, a mulher de corpo rosa, corada de energia que fluía, a cada passo. Coroada de coragem, poesia e prosa.
No final, lá eu estava, descabelada, suada, coração acelerado, e morrendo de fome. Enfim… estava viva!!!!
Sinto que morro um pouquinho a cada dia, sinto que nasço mais outro tanto. Sou morte e renascimento constante. Sou lagarta, casulo e borboleta, em movimento.
Cada dia é um novo começo, uma nova oportunidade para fazer algo pela primeira vez.
Estou correndo, estou viva, estou respirando.
Você pode achar banal, mas me sinto emocionada por ter conseguido correr.
Pensei… Ah… Se eu consegui correr, também posso fazer tantas outras coisas que ainda tenho medo.
Talvez você também tenha alguma crença limitante, seja ela qual for.
E… por isso decidi compartilhar esse meu texto, tão pessoal, com você!
É para te inspirar!
Se eu posso correr, você também pode.
Se eu posso realizar meus sonhos, você também pode.
Pois somos feitos da mesma matéria, da mesma energia.
Somos diferentes expressões de uma mesma energia.
E… passo por passo, vou me dando conta:
O corpo não é uma prisão.
O corpo é um instrumento de realização…
Para manifestar. Realizar sonhos. Ser feliz.
O corpo é um presente a ser revelado.
E… ainda temos tanto a aprender, tanto a descobrir, tanto a manifestar.
No prazer daquela corrida, me abri para um novo universo, no qual tudo é possível.
Deslizando, a cada passo, encontrei um novo Ser.
Obrigada, corpo, graças a você, posso correr, posso respirar, posso me escrever, e viver.
Que possamos fazer algo novo todos os dias, e celebrar a vida feito criança brincando de amanhecer!
Gabi Ribas
Vamos praticar?
Vivência: Permissão para sonhar
Por não saber que era impossível, ele foi lá, e fez.
Escreva sobre o seu sonho mais especial, aquele que faz seu coração vibrar, seus olhos brilharem e a sua alma sorrir. Mesmo que pareça impossível de acontecer, escreva sobre esse sonho, em detalhes. Brinque de imaginar como será quando esse sonho se realizar. O objetivo dessa atividade é permitir-se sonhar, imaginar, e abrir a sua criatividade e autoconhecimento para trazer luz para o que é significativo para você.
Vivência: A dança da Autoconfiança
Se você pode sonhar, pode realizar!
Pegue uma cartolina e faça um círculo. Dentro do círculo, escreva vinte coisas que você deseja, e faria se confiasse em si mesma (o). Ao redor do círculo, anote os medos que a (o) impedem de confiar em si mesma (o). Coloque uma música animada, que você gosta, e por alguns minutos, brinque de dançar para fora dos seus medos e para dentro dos seus sonhos. Depois disso, escolha algo da sua lista de desejos para colocar em prática nessa semana, com confiança, alegria e leveza.
Com carinho,
Gabi Ribas
Escritora e aprendiz da vida 🙂
Vc eu maravilhoso. Vou escrever algo parecido. Pq eu também tinha as mesmas limitações. E não esqueço da sensação da primeira corrida oficial. Vou escrever. Obrigada pela motivação.
Gratidão querida!!!!