Sabe quando você tem um dia difícil? Dia desses… foi assim, fui nocauteada por uma gripe alérgica forte. Em meio a espirros, tosse, dor de cabeça dilacerante e garganta dolorida, cheguei a refletir sobre como é importante se fazer companhia nos bons e maus momentos. 

Meus olhos estavam inchados e as lágrimas corriam feito rios, mas ainda assim, eu sabia que era capaz de me acolher e confortar: 

1. Através de perguntas inspiradoras: 

  • Como eu posso lidar melhor com isso?
  • O que me faria bem agora?
  • O que eu preciso? 
  • O que posso escolher nesse momento?

2. Me promovendo relaxamento e utilizando o recurso da imaginação criativa:

Sabia que precisava repousar e relaxar. Minha imaginação me levou para uma banheira quente e essa imagem mental me trouxe alívio e conforto. 

3. Agindo em prol do meu autocuidado:

Entretanto,  eu não tenho uma banheira quente, mas consegui fazer um escalda-pés e deixar a água quente no banheiro criar um ambiente úmido e aquecido, que me facilitava respirar. 

4. Respirando tranquilamente: 

Fiz uma respiração profunda, mesmo com o nariz entupido e percebendo toda congestão…  Ahh… Como é bom respirar, sentir o ar entrando e saindo, me convidando para sustentar aquele presente da melhor forma que eu pudesse, naquele momento. Respiração é vida e nos conecta com o aqui e agora. 

5. Reconhecendo e convidando o bem-estar possível:

O corpo estava dolorido, mas eu buscava o prazer possível: a textura macia da roupa abraçando a pele, a temperatura aconchegante do ar, o chá quentinho dissolvendo a angústia, o silêncio nutritivo embalando meu repouso, poder avistar, mesmo que de longe, as nuvens passeando no céu. Apreciar e agradecer estimula o bem viver. 

6. Me embalando com afirmações positivas:

Vai passar.

Eu sou capaz de lidar com isso.

Meu corpo está se curando.

Estou aqui comigo. 

***

Foi um dia muito difícil, mas eu estava me fazendo companhia, da melhor forma que conseguia. 

No dia seguinte, já me sentia melhor, as dores haviam passado. E fui melhorando mais e mais enquanto os ponteiros dançavam no relógio. 

Passada a turbulência, fiz questão de escrever uma carta de amor ao meu corpo. Agradeci-lhe por me proteger e pela sua sabedoria. Prometi cuidá-lo e não somente facilitar sua recuperação, mas promover sua saúde em todos os níveis. 

Suavemente compartilho com você esse recorte dessa experiência como um lembrete, uma inspiração e uma reflexão.

  • Um lembrete da importância do nosso autocuidado físico, mental, emocional e espiritual. 
  • Uma inspiração de ideias de recursos internos que todos nós temos e podemos utilizar para nosso bem-estar. 
  • Uma reflexão de que é possível se fazer companhia, mesmo em momentos dolorosos, e extrair-lhes alguma beleza, confiança, aprendizado e gratidão. 

Apreciar a  beleza, que é a própria natureza da vida, com seus ciclos e impermanências. 

A confiança de que, como diz Nietzsche: o que não nos mata nos torna mais fortes. 

O aprendizado do corpo no seu fortalecimento do sistema imunológico; e da alma, na sua habilidade de acolher e confortar.

E a gratidão… por poder ter feito essa travessia, de conseguir chegar no outro lado da margem, e agora, já desidentificada da dor, poder falar dela no passado, enquanto escrevo, com gratidão, de coração, para coração.  

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Com carinho,

Gabi Ribas